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Nova criação do Teatrão com Aldara Bizarro leva público em espetáculo-caminhada

Redação Central Press/
04/07/2025, 09h51
/
5 min
Teatrão @ Teatrão
Teatrão @ Teatrão

A nova criação do Teatrão estreia no dia 25 de julho. “Almalaguês” tem direção de Aldara Bizarro – coreógrafa que trabalhou com a companhia no espetáculo “TIME” (2023) – e está a ser criado com a comunidade da freguesia e aldeia com o mesmo nome. É um espetáculo que cruza as linguagens da dança e do teatro e que se vai realizar em percurso a pé, ao longo da Rua Principal, em Almalaguês. Esta criação fará duas outras sessões nos dias 26 e 27 de julho. As caminhadas arrancam sempre às 19h30 e a entrada é livre, mas sujeita a reserva através da bilheteira da Oficina Municipal do Teatro ou da Junta de Freguesia de Almalaguês, coprodutora do espetáculo, de acordo com nota de imprensa enviada à Central Press.

“Almalaguês é um espetáculo que nos desafia a repensar a forma como interagimos e compreendemos o espaço que nos envolve". "É um ensaio sobre o futuro, contado na primeira pessoa pelas pessoas da terra, que são simultaneamente intérpretes e objetos das histórias que nos contam entre gestos, movimentos e palavras". "Nesta reflexão, reside uma pergunta central: qual é o futuro das terras como Almalaguês, que orbitam grandes centros urbanos e se vêem muitas vezes incapazes de resistir ao poder centralizador que estas urbes exercem sobre as suas periferias? Ao compasso das gaitas de foles, vamos atravessar o tempo e as memórias dos nossos anfitriões. Ao longo deste caminho – que é físico, mas também simbólico - as paisagens transformam-se, as palavras ganham corpo e aquilo que julgávamos saber abre espaço para novas possibilidades", lê-se no comunicado.

"Almalaguês é, na memória de muitos, uma terra de tradição, muito associada à tecelagem, gaita de foles, artesanato e até arroz-doce. Na segunda colaboração do Teatrão com coreógrafa Aldara Bizarro, procurámos fomentar um encontro entre o património cultural desta freguesia, mais tradicional ou contemporâneo, com a linguagem da dança".

Em janeiro de 2025, iniciaram um processo de mapeamento cultural em parceria com a Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. O projeto está agora na reta final de criação. “Almalaguês” nasce de uma ideia original do Teatrão, mas foi a partir deste processo intensivo de mapeamento que o espetáculo começou a ganhar forma, ajudando a equipa artística a identificar residentes, associações, grupos, tradições, romarias e os espaços característicos e marcantes da Freguesia de Almalaguês.

Foi através do material levantado nesta recolha e em momentos de partilha de histórias e memórias que Aldara Bizarro desenhou o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nas duas residências de criação com a comunidade e, agora, na fase final do projeto. Depois das primeiras visitas à freguesia, a coreógrafa revela que, no seu entender, “era preciso criar uma obra una que mostrasse esta riqueza, a coesão das pessoas, o seu conhecimento, a sua relação com a natureza e o seu território, e também alertar para o futuro deste lugar único.”. Com este espetáculo, Aldara adianta que o grande foco é procurar compreender, com a comunidade, “aquele território, perceber qual a relação que tem com a cidade tendo em conta a sua proximidade, como vivem agora, como viviam no passado, e o que desejam para o futuro. Como se preparam para fazer face à voracidade dos tempos, da máquina da economia, das alterações climáticas, como se preparam para a sua mudança.”

Esta criação traz consigo um programa de mediação que inclui uma conversa com jantar partilhado, uma oficina e caminhadas que vão ajudar a aprofundar e alargar a discussão que o espetáculo levanta. No dia 17, às 18h30, dão início a este programa na Capela de Nossa Senhora da Alegria com uma conversa entre Aldara Bizarro, Bernardo Chatillon e Carlota Lagido – artistas ligados às artes performativas que, ao longo dos anos, têm trocado o trabalho e a vida em grandes centros urbanos por projetos que procuram a escala do real, do contacto genuíno –, estando a moderação ao cargo de Isabel Craveiro. Os participantes serão convidados a trazer algum petisco que, no final, será servido num jantar partilhado entre todos.

Depois, no dia 20, às 17h00, o Largo da Igreja de São Tiago, em Almalaguês, vai acolher uma oficina de gaita de foles dada por António Freire (líder do Grupo de Gaiteiros Rainha Santa). O músico dedica-se, há vários anos, à recolha etnográfica e estudo da tradição da gaita de foles na região de Coimbra. Ao longo desta tarde, vai explorar com os participantes a história da gaita de foles em Portugal, na Europa e no mundo e dar a experimentar este instrumento de sopro. Por fim, já durante a temporada de “Almalaguês”, nos dias 26 e 27, às 10h00, descem até à Bio-Reserva Senhora da Alegria, que a Milvoz gere e protege, guiados pelo biólogo Manuel Malva.

A participação é livre em todo o programa, mas sujeita a inscrição.

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