No calendário, o Dia dos Namorados marca uma celebração dedicada ao amor e à união. No entanto, por trás das flores, chocolates e cartões românticos, acaba por se esconder uma pressão palpável que paira sobre os casais e indivíduos solteiros, por isso mesmo, a Central Press esteve à conversa com a psicóloga Jane Leão.
Para muitos, o dia 14 de fevereiro pode ser uma corrida contra o tempo, uma busca frenética por presentes perfeitos e gestos grandiosos, tudo em nome de atender às expectativas sociais e comerciais associadas à data. A pressão é sentida tanto pelos que estão num relacionamento quanto pelos que estão solteiros, cada um enfrentando as suas próprias batalhas internas.
O dia de hoje, 14 de fevereiro, representa "mais uma oportunidade de reafirmar o amor", explica Jane Leão, psicóloga, no entanto para os casais, o Dia dos Namorados pode ser um teste de amor e dedicação.

No entanto, é importante lembrar que o amor não pode ser medido por presentes extravagantes ou gestos públicos, tal como referiu a psicóloga Jane Leão.
"Nas redes sociais, onde há muita divulgação (do dia de hoje), os casais partilham fotografias, programas, o que leva a uma pressão de fazer o mesmo e é importante que haja um ajuste de expectativas", refere Jane Leão. A expectativa de surpreender o parceiro com o presente ideal pode gerar uma ansiedade que obscurece o verdadeiro significado da data. A comparação com as demonstrações de afeto de outros casais nas redes sociais só aumenta essa pressão, criando uma competição silenciosa para ver quem celebra de forma mais elaborada ou romântica. A chave para gerir estas expectativas é a comunicação "que é extremamente importante em qualquer relação".
Para os solteiros, o Dia dos Namorados pode ser um gatilho da falta de um parceiro romântico. A sociedade coloca um estigma sobre aqueles que estão solteiros nesta data, como se a validade ou felicidade dependesse de estar em um relacionamento, o que pode levar a sentimentos de inadequação e solidão, aumentando ainda mais a pressão para encontrar um parceiro.

"Tomar a decisão de forma abrupta de se relacionar com outra pessoa só para fazer parte dos grupos é injusto. Não só eles próprios, mas também com a outra pessoa" refere Jane Leão que aconselha a fazer um programa consigo mesmo. "O amor começa em nós mesmos", neste dia pode e deve "cuidar-se, fazer uma refeição interessante, ir ao cinema".
Jane Leão reforça que o verdadeiro valor está nas pequenas ações do dia a dia, no apoio mútuo, na compreensão e na conexão emocional genuína entre duas pessoas. Além disso, o amor próprio é essencial, estar em paz consigo mesmo e valorizar a própria companhia é uma forma poderosa de resistir à pressão social.

O Dia dos Namorados é uma celebração do amor em todas as formas, não apenas do amor romântico, mas também do amor próprio, do amor entre amigos e familiares. É uma oportunidade para lembrar que o amor não tem de ser perfeito ou extravagante, mas sim autêntico e sincero.
