Uma nova galeria começou a ser explorada nas Minas da Panasqueira, concelho da Covilhã, com o intuito de escavar mais cem metros de profundidade, aumentar a produção e prolongar o tempo de vida da mina.
Segundo o administrador da Beratl Tin and Wolfram Portugal, António Corrêa de Sá, em declarações à agência Lusa, o Nível 4 já está a ser explorado e poderá aumentar mais dez anos o período de exploração de volfrâmio, além dos 15 que afirmou estarem agora assegurados.
“Significará aumentar a vida da mina mais 10 anos”, realçou Corrêa de Sá.
Os trabalhos de prospeção feitos pela empresa, detida pelo grupo canadiano Almonty, comprovaram a existência de meio milhão de toneladas de minério, uma quantidade insuficiente para justificar investimentos avultados, de acordo com Corrêa de Sá, que acrescentou existirem candidaturas a fundos comunitários para fazer mais sondagens.
Caso se verifique existirem “pelo menos cinco milhões de toneladas”, a Beralt vai avançar para a segunda fase, num investimento total de 50 milhões de euros para a exploração dos novos filões, também dependente de apoios europeus.
“Se for comprovado, permite aumentar a produção. Aumentando a produção, uma vez que grande parte dos nossos custos são fixos, significa baixar o custo de produção e, portanto, ser mais competitivo no mercado”, sublinhou Corrêa de Sá.
As candidaturas contemplam dois milhões para a prospeção, que o administrador conta estar concluída em setembro, para, caso os fundos estejam garantidos, a empresa avançar para o projeto “no final do ano”.
Escavar em profundidade esses cem metros adicionais implica a construção de estruturas como rampas, poços e outras intervenções e equipamentos necessários para fazer a exploração.
António Corrêa de Sá manifestou-se confiante na atribuição desses apoios comunitários, adiantando que a União Europeia identificou o volfrâmio como uma das matérias-primas importantes e em que existe o interesse em produzir.
“Acredito que se vai conseguir um financiamento suficiente para podermos arrancar”, vincou o responsável.
Com horizontes mais limitados em relação ao tempo de vida da mina “não justifica estar a investir muito dinheiro”, daí a importância de “abrir novos níveis”, uma “perspetiva importante para a vida” das Minas da Panasqueira, referiu o administrador, que destacou também a importância deste passo para uma região “que tem poucos empregos”.
“Durante o período em que estiver a funcionar o Nível 4, mais os atuais níveis 2 e 3, a produção pode aumentar, porque há mais frentes para atacar, há mais áreas disponíveis para poder dar fogo, para produzir”, acentuou Corrêa de Sá, em declarações à Lusa.
A abertura do Nível 4, e de trabalhar em maior profundidade, não representa, segundo o administrador, um maior risco, nem mudar a forma de trabalhar.
“São mais cem metros de profundidade, não altera as condições geomecânicas. O método de exploração será exatamente igual”, sublinhou António Corrêa de Sá.
As Minas da Panasqueira, no concelho da Covilhã, distrito de Castelo Branco, tem 280 trabalhadores, adiantou o administrador.