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Município presta homenagem a João Senna-Martinez

Redação Central Press/
23/06/2024, 08h10
/
5 min
João Carlos de Senna-Martinez (captura ecrã Youtube) (fragmento) @UNIARQ FLUL
João Carlos de Senna-Martinez (captura ecrã Youtube) (fragmento) @UNIARQ FLUL

Em Janeiro, aquando da realização do Congresso «De Gibraltar aos Pirenéus. Megalitismo, Vida e Morte na Fachada Atlântica Peninsular, o município de Nelas anunciou que iria homenagear João Senna-Martinez

A inauguração da exposição "In Memoriam João Carlos de Senna-Martinez: O Homem, o território e a arqueologia", vai realizar-se às 15h00 na Rua do Comércio em Canas de Senhorim.

Em comunicado à Central Press, o  município considera ser  "uma justa homenagem do Município de Nelas e da AHBVCS, ao homem que dedicou a sua vida à investigação arqueológica e que no caso do concelho de Nelas coordenou diversos projetos plurianais desde 1985 até ao seu falecimento em 2022".

Na nota biográfica que se pode encontrar no Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa,  "Senna-Martínez iniciou a sua carreira académica na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, onde concluiu o Bacharelato e foi Monitor.
A sua investigação africana, incidindo na arqueologia de Moçambique, com trabalhos sobre as sociedades da fase final da Pré-História e Idade do Ferro, nas décadas de 60 e 70 do século XX, foi recentemente reatada, em distintos moldes e perspectiva, com os estudos das colecções do Instituto de Investigação Científica Tropical, presentemente à guarda do Museu de História Natural e da Ciência, da Universidade de Lisboa, bem como dos percursos biográficos dos seus investigadores.
Ainda na década de 70 do século XX, ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa onde se licenciou, doutorou e prosseguiu a carreira académica, como Monitor, Assistente, Professor Auxiliar e Professor Associado, até à aposentação.
Leccionou diferentes Unidades Curriculares na Licenciatura e Mestrado de Arqueologia, das suas áreas de especialidade, sem esquecer os Estudos Africanos, promovendo periodicamente campos de trabalho e formação para os estudantes, que deste modo adquiriam as necessárias e desejáveis competências para o exercício da actividade arqueológica.

Mesmo depois de aposentado, como continuou a desenvolver os seus projectos de investigação, recebia anualmente grupos de estudantes em trabalho de campo e laboratório, continuando a sua acção didáctica e pedagógica.
A investigação de Senna-Martínez em Portugal começou por incidir no megalitismo da Beira Interior, continuando trabalhos iniciados por João de Castro Nunes. Sem nunca deixar de se ocupar do fenómeno megalítico, os seus interesses foram-se progressivamente alargando, passando a incluir os temas da metalurgia antiga, desde o Calcolítico ao período Orientalizante, sempre centrado nas regiões do interior do actual espaço português, sem deixar de lançar olhares para outras regiões, designadamente a Estremadura e o Baixo Mondego, as naturais charneiras entre os mundos Mediterrâneo e Atlântico, reflectidos no registo arqueológico do interior.

A sua actividade dos últimos anos está profundamente marcada pelo envolvimento em Projectos interdisciplinares relacionados com a metalurgia antiga, desde o cobre e bronze ao ouro. Esta abertura à colaboração multidisciplinar e o envolvimento em projectos interdisciplinares constituiu uma das mais notórias marcas da investigação de Senna-Martínez.
Ao longo da sua carreira, Senna-Martínez foi sempre um activo promotor de pontes com a chamada Sociedade Civil, através de Associações Culturais locais, com as quais foi estabelecendo estreita colaboração, levando a Universidade até estes territórios de baixa densidade e trazendo os seus mais dinâmicos agentes para a Universidade, numa louvável atitude de “Ciência Cidadã”, de que são exemplos a sua participação na Associação Terras Quentes (Associação de Defesa do Património Arqueológico do Concelho de Macedo de Cavaleiros) ou o recente evento De Gibraltar aos Pirenéus. Megalitismo, Vida e Morte na Fachada Atlântica Peninsular, de 2018, que organizou e dinamizou em colaboração com a Fundação Lapa do Lobo, de Nelas.

A sua obra é igualmente espelho desta permanente transferência de conhecimento, com vários trabalhos publicados em periódicos e monografias locais.

Nos últimos anos, liberto das tarefas docentes em sede de Licenciatura, desdobrava-se por múltiplas actividades de investigação, desde os Projectos de investigação em que continuamente se envolvia; aos trabalhos de campo que prosseguia no interior do país, de Macedo de Cavaleiros a Nelas, para citar apenas alguns dos seus territórios de eleição; em estudo abrangente das chamadas “colecções coloniais”; e em activa dinamização da Secção de Arqueologia da Sociedade de Geografia de Lisboa, animando os regulares encontros Fragmentos de Arqueologia de Lisboa."

Estarão patentes nesta exposição temporária além do historial da investigação, da biografia do ilustre arqueólogo, também a apresentação de 4 arqueossítios como a Orca das Pramelas, Penedo da Penha, Orca do Folhadal e Pinhal dos Amiais.

O Município considera ainda que "porque a importância do legado do nosso passado e dos que zelaram por essa preocupação merecem a nossa justa homenagem", conta com a presença de todos os cidadãos para manter viva a herança cultural do território.

O evento está integrado nas Comemorações do Dia do Município.

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