A cultura angolana está de luto, com a morte do músico e investigador Mário Rui Silva em Lisboa no passado dia 4 de julho.

Mário Rui, como era conhecido residia há alguns anos em Paris,  onde leccionava aulas de música, fazia investigação e mantinha os seus contactos com a indústria musical lusófona.
Recatado e com um perfil muito eclético realizava performances intimistas.

Considerado um dos principais divulgadores da música angolana. as suas pesquisas podem ser ouvidas em “Chants d’Angola pour demain” (Cantos de Angola para Amanhã), 1994, “Luanda 50/60 ANGOLA”, 1997, ou “Luanda 1940 Angola”, de 2002.
Em 2022 fez uma tournée de sucesso em Portugal, passando por várias localidades, ente elas Coimbra e Lisboa.

Escreveu “Ensaio de Mário Rui Silva para uma gramática comparativa, Português-Kimbundu, para falantes de língua portuguesa” e “Estórias para a História da Música em Angola”.
Conviveu no Huambo com o Fausto Bordalo Dias (1948-2024), com os músicos camaroneses Francis Bebey e Ewanjé, participou nas gravações do disco “Angola 72” de Bonga, assumindo como influência clara o guitarrista brasileiro Baden Powell.
Escreveu o argumento do filme “Angola - Histórias da Música Popular” (de Jorge António, 2005).
Aluno de Liceu Vieira Dias, lenda e co-fundador dos Ngola Ritmo, Mário Rui Silva adquiriu uma compreensão técnica, política e espiritual da cultura musical do seu país.

A embaixadora de Angola em Portugal, Maria de Jesus Ferreira lamentou o falecimento do artista, referindo que  "foi com pesar que tomei conhecimento do falecimento, por doença, em Lisboa, do consagrado músico angolano Mário Rui Silva...” e que "Angola perdeu um dos mais ilustres representantes da sua cultura na diáspora”.

O artista foi homenageado, hoje em Lisboa na capela do cemitério do alto de São João em Lisboa tendo sido cremado logo após.

Prevê-se uma homenagem em Luanda, em data ainda não anunciada, na qual se espera a presença da comunidade artística lusófona na capital angolana..