A apresentação do livro “Mamã, quero ser um menino” da autoria da jovem Ana Rita Almeida, que decorreu no passado sábado (3 de agosto), no Centro Cultural Raiano, em Idanha-a-Nova foi interrompida de maneira violenta por representantes da associação Habeas Corpus, impedindo a apresentação do livro, de acordo com o comunicado enviado à Central Press. Não é a primeira vez que esta associação se comporta desta maneira violenta, segundo a autarquia. O ex-juiz Rui Fonseca e Castro, presumido responsável desta associação extremista, apelou nas redes sociais ao boicote da apresentação do livro e disponibilizou esta para pagar a deslocação a todos os que quisessem estar presentes para impedirem a apresentação do livro. O Município de Idanha-a-Nova afirma que "nunca se deixará amedrontar por movimentos extremistas, racistas e xenófobos". Neste contexto, foram apresentadas 3 obras literárias na XXIV Feira Raiana. Durante o certame, todas as referidas apresentações ocorreram na Sala Polivalente do Centro Cultural Raiano. O Município considera que a Identidade de Género é "um tema muito pertinente nos tempos que correm e não devemos ter receio de o abordar, discutir e enfrentar, trocando ideias e opiniões e, transmitindo a nossa posição sempre de forma construtiva e sadia". O executivo afirma ainda que não pode "deixar de apoiar a Ana Rita Almeida na defesa da sua liberdade de expressão, opinião e manifestação literária, estando na disponibilidade para colaborar com a mesma e com as autoridades no apuramento das responsabilidades que se mostrem pertinentes relativamente ao ocorrido, reservando-se o direito de apresentar queixa ao Ministério Público, apurados os factos".