Aproximadamente uma centena de pessoas juntou-se recentemente para a realização do XIV Capítulo da Real Confraria da Matança do Porco.
Esta Confraria, defende a preservação dos usos e costumes que se têm vindo a perder e que constituem a identidade de um povo e da região, considerando-os o reflexo de modos de vida e épocas, mas especialmente a prática de valores humanistas como a igualdade, liberdade e fraternidade entre pessoas e comunidades, a que a evolução dos tempos dita o desuso e o esquecimento.
Pretendeu-se, com este evento, juntar os participantes, confrades ou não, em redor de uma causa, em ambiente familiar, partilha e confraternização.
Estiveram presentes 12 Confrarias de vários pontos do país, tais como a Confraria do Bucho e Tripas, a Confraria do Frango da Guia, a Confraria dos Enófilos de Carcavelos, Confraria do Anho Assado com Arroz de Forno, a Confraria do Arroz Doce de Maiorca, a Confraria do Sarrabulho Doce, a Confraria Gastronómica Pinhal do Rei e da Morcela de Arroz, a Real Confraria do Maranho, e ainda as confrarias vizinhas e amigas como a Confraria dos Amigos da Geropiga dos Moinhos e Arredores, a Real Confraria da Cabra Velha, a Confraria do Vinho de Lamas, e a Confraria dos Ungulados, Javali e Castanha.
Em representação do CEUCO (Conselho Europeu Confrarias) de Portugal, esteve presente o diretor confrade Armínio Azevedo, e em representação da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, a confreira Dalila Salvador. No evento marcou também presença a vice-presidente da Câmara Municipal de Miranda do Corvo, Marilene Rodrigues.
Posteriormente, decorreu a cerimónia de entronização dos novos confrades César Ribeiro, Éder Fernandes e o entronizado mais novo com apenas 4 anos, Rafael Correia.
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Neste capítulo, tal como em outros eventos da Fundação ADFP, está presente a componente social, sendo que 10% da receita reverteram para a Residência Fraternidade (valência de apoio a crianças e jovens “em família”).
De acordo com a informação disponibilizada pela Fundação ADFP, constituída em 2007, em Miranda do Corvo, por iniciativa da Fundação, a Real Confraria da Matança do Porco surgiu para afrontar o que a instituição considerava ser "a política fundamentalista da ASAE, nessa época, que parecia querer condenar à extinção de produtos e práticas tradicionais que fazem parte da memória coletiva nacional".
Atualmente conta com cerca de centena e meia de confrades, muitos deles com ligações profissionais e afetivas à entidade fundacional, e a Miranda do Corvo.