O clube de política Coimbra Progressista irá realizar, no próximo dia Coimbra, 16 de janeiro, quinta feira, pelas 21:00 na Casa Municipal da Cultura, o debate “Coimbra, de Conservadora a Progressista”
No nota enviada à Central Press o Clube apresenta vários objectivos, que abaixo transcrevemos:
"A - Objectivos do clube de política Coimbra Progressista
1 – Reviver o espírito de diálogo do café A Brasileira onde cidadãos como Miguel Torga, António Arnaut ou José Afonso abordaram os grandes problemas da rua, do bairro, do país e do mundo, no combate à desigualdade e na promoção dos direitos humanos.
2 - Debater e editar as grandes questões da cidade, o concelho e a articulação na região de Coimbra e região centro, estimulando a intervenção cívica, e visando a construção e apresentação de soluções para Coimbra que defenda o progresso e as suas transformações, próspera e inclusiva.
3 – Adicionalmente, promover o diálogo sobre as grandes questões nacionais e o contexto internacional, num mundo global, considerando a política como acto de cultura e envolvimento dos cidadãos em assuntos públicos.
4 – Destacar a discussão e modelos de intervenção em alterações climáticas e transição energética, os direitos sociais e a demografia, o crescimento económico e a economia social, as desigualdades e as oportunidades, em prol do desenvolvimento sustentável.
B - Coimbra, “Estado da arte” (Hernâni Caniço)
- Coimbra é governada por um executivo que congrega a direita de vários matizes, unida nos seus princípios que aceita ou até promove a hierarquia social ou desigualdade social e económica como inevitável, natural, normal ou desejável.
- É um governo autárquico conservador, porque tem uma filosofia social que defende a preservação das instituições, costumes e valores sociais tradicionais no contexto da cultura e da civilização, conciliando liberalismo, individualismo e populismo (como vive do populismo no discurso oficial e nas redes sociais,...) .
- É aberto em palavras de circunstância, mas fechado na aceitação da inovação temática, do direito de oposição e das ideias transformadoras em direitos humanos (confunde-os com caridade) e é incoerente no desenvolvimento sustentável (não combate a pobreza, promove a guetização, propagandeia confronto, mas nada faz quanto às alterações climáticas, ignora a igualdade de género, etc.).
- Os partidos da direita, têm tendência para a defesa dos seus interesses e não só da ideologia, não os individualizando porque a sua tendência é a união para a promoção de vantagens para uns e inconveniência para outros, fazem promessas de bem-estar e vida fácil, apropriação de críticas à injustiça e ao beneplácito (que também praticam...), promovem demagogia e (outro) radicalismo que desacredita as instituições públicas.
- A direita tem o seu espaço próprio, as suas formas de intervenção legítima (como a caridade), o seu liberalismo e o estigma, a presunção das elites e dos poderosos, a sua sobranceria e pedigree, o seu desempenho classista, através da direita moderada. Embora também apascentem radicalóides, trauliteiros e neo-nazis.
- À direita, a saúde e educação são garantidas com domínio privado, os impostos são reduzidos para todos, as grandes empresas são favorecidas e o serviço público é restrito, a sociedade é regulada pelo mérito de quem mais tem.
- Coimbra sem respostas ou passa-culpas, é gerida por uma coligação de partidos consolidados e por forças políticas que só existem no papel ou são saudosistas do regime da ditadura, estrategicamente colocadas à direita (com cumplicidades...).
Depois de ter sido prometida uma nova Coimbra ou uma Coimbra nova, convidamos os cidadãos de Coimbra a apreciar o que mudou na sua vida e na vida da cidade, exceto festas, festinhas e festonas (consoante o orçamento), estímulo do ego de quem tudo diz saber e pouco fazer, desvalorização e ameaças a quem discorda, perda de tradições válidas e manutenção ancestral do obscurantismo, até aumento das multas por estacionamento (nomeadamente a doentes), uma cidade esventrada sem planeamento, inaugurações de obras que outros delinearam, prepotência e muitas páginas de desilusão.
- Coimbra é estruturalmente de esquerda e socialista (vide as sucessivas vitórias distritais), por palavras e obras, a favor do estado social, pelos direitos humanos, pela promoção da igualdade, pelo bem comum dos cidadãos, pela garantia e qualidade do serviço público, pelo aproveitamento das capacidades das pessoas e suas formas organizativas em trabalho, empresas, habitação, saúde, educação.
À esquerda, não deve haver discriminação de tendências, culturas ou grupos vulneráveis e de risco, sem caridade ou favores, sem usurpação de direitos, sem traficância de interesses. Com deveres, com generosidade, com solidariedade, com progresso.
À esquerda, o Estado social providencia serviços públicos de saúde e educação sem segregação, investe na despesa pública, concede igualdade de oportunidades que protegem as minorias e os desfavorecidos, quem tem menos rendimentos é quem deve pagar menos impostos.
- Coimbra tem pecado por ressaltar o “purismo” (“nós é que somos os bons”), e não tem demonstrado a humildade de ser capaz de transformar o diálogo em cedências secundárias e propostas comuns, dado que numa negociação séria o dogmatismo e as imposições conduzem ao fracasso da unidade.
Fernando Namora, insuspeito, dizia que o socialismo “é um sistema que elimina as causas não naturais da desigualdade e desenvolve as aptidões intelectuais, físicas e afetivas de cada indivíduo nele harmoniosamente integrado”.
- Coimbra progressista é uma orientação política que defende reformas na sociedade em nome da ideia de progresso, sendo mais do que uma doutrina com teses estabelecidas, um compromisso de base com a transformação e superação daquilo que é tido como arbitrário ou injusto na sociedade.
- É a reconciliação entre a razão, o indivíduo e a sociedade, usando a razão na condução da vida em sociedade.
– É assim antagónico ao conservadorismo, que se pauta na interpretação de que a sociedade, ainda que injusta, não procura a transformação de suas estruturas, mas sim, dos seus indivíduos, empoderando-os para fins egoístas.
- É unir os defensores da liberdade, os democratas, os protetores dos direitos humanos e dos animais, os promotores das causas humanitárias, o exercício da cidadania e dos movimentos sociais.
- Temos interesse em derrotar a demagogia e o populismo da direita, a bem de Coimbra, conquistando a esquerda uma liderança indiscutível e de proximidade, em detrimento de protagonismos individuais, sectários e panfletários, que afaste a vã glória de mandar, o triunfalismo de lana caprina, a verborreia de quem tudo julga saber, o marasmo das grandes decisões não tomadas (sobre alterações climáticas, socio-demografia, sustentabilidade, desigualdades).
Com muitos amigos maiores que o pensamento, trazendo outros amigos também, para levar Coimbra à frente!
C - Objectivos do debate / reflexão Coimbra, de Conservadora a Progressista
Coimbra, 16 de janeiro de 2025, 5ª feira, 21h 00m, Casa Municipal da Cultura
1 - Debater e editar as grandes questões da cidade, o concelho e a articulação na Região de Coimbra e Região Centro, estimulando a intervenção cívica, e visando a construção e apresentação de soluções para Coimbra que elimine o conservadorismo e defenda o progresso e as suas transformações, sendo próspera e inclusiva.
2 - Destacar a discussão e modelos de intervenção em alterações climáticas e transição energética, os direitos sociais e a demografia, o crescimento económico e a economia social, as desigualdades e as oportunidades, em prol do Desenvolvimento Sustentável.
D - Programa do debate / reflexão Coimbra, de Conservadora a Progressista
21h 00m - Abertura:
Ricardo Lino
21h 15m – Debate / Reflexão
Moderadores:
Hernâni Caniço
Mário Nicolau
Oradores:
Ana Abrunhosa (Partido Socialista)
Jorge Gouveia Monteiro (Cidadãos por Coimbra)
Clara Cruz Santos (Livre)
João Fontes da Costa (PAN)
Helena Freitas (Independente)
22h 45m – Debate
23h 30m – Conclusões:
Hugo Duarte
23h 40m – Encerramento
E - Perspectivas e expectativas
Este debate parte da constatação que Coimbra está sob um poder conservador e populista, que tem protelado decisões importantes para o desenvolvimento local e regional, branqueado por uma estratégia comunicacional de fuga à realidade.
O clube Coimbra Progressista espera que os protagonistas políticos identifiquem os grandes estrangulamentos que a cidade e a área urbana de influência têm.
Os atores políticos são convidados a identificar as grandes áreas de interven-ção para tornar Coimbra mais amiga do cidadão, onde sinta a liberdade de es-colha e o direito à cidade.
O painel debruçar-se-á sobre medidas fundamentais para que a cidade provi-dencie para todos os cidadãos o acesso aos bens e serviços relevantes à digni-dade humana e ao crescimento dos indivíduos e da sociedade enquanto lugar de liberdade, igualdade e justiça.
Pretende-se através deste debate que os intervenientes estabeleçam pontes de entendimento centradas no fundamental: a resolução dos problemas dos cidadãos, não deixando que as questões de forma ensombrem a resolução de problemas de maior substância.
Um momento de tomada de consciência, que a unidade na ação por parte dos intervenientes multiplica a sua força, e pode ser o motor do progresso de Coimbra com foco na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos."
A coordenação do clube de política “Coimbra Progressista” é constituída por Hernâni Caniço, Hugo Duarte e Carlos Esperança, que assinaram a nota de imprensa.