A Direção-Geral do Património Cultural deu parecer favorável à classificação como monumento de interesse público do Palácio do Picadeiro, em Alpedrinha, no concelho do Fundão, e vai fazer a proposta à secretaria de Estado da Cultura.
A decisão, já publicada em Diário da República, prevê também a fixação da respetiva Zona Especial de Proteção (ZEP) da área envolvente ao Palácio do Picadeiro, onde está instalado o Centro de Interpretação das Rotas de Transumância.
O processo encontra-se em fase de consulta pública e o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, prevê que esteja concluída no período “máximo de dois meses”.
Para o autarca do Fundão, no distrito de Castelo Branco, a classificação vem “reconhecer, uma vez mais, a enorme representatividade de Alpedrinha em termos de património arquitetónico”.
“É uma excelente notícia a classificação como monumento de interesse público do Palácio do Picadeiro. Significa o reconhecimento, em termos de património nacional, em termos do que é a importância arquitetónica e o seu enquadramento na vila, já por si histórica, de Alpedrinha, que já tem o seu conjunto histórico declarado de interesse público”, salientou o presidente do município, em declarações à agência Lusa.
Segundo Paulo Fernandes, a ZEP do Palácio do Picadeiro “não contempla nada” que não estivesse atualmente enquadrado na zona de proteção do conjunto arquitetónico de Alpedrinha, que já tem toda a zona histórica classificada.
“O Palácio do Picadeiro fica ainda mais protegido do ponto de vista dos seus valores arquitetónicos, mas também o seu entorno tem aqui uma zona de proteção que, no caso do Palácio do Picadeiro, até era coincidente com a própria zona protegida do conjunto histórico de Alpedrinha, que já era também declarado de interesse público”, salientou.
A ZEP prevê aspetos como a manutenção da traça do edificado na zona envolvente, a preservação dos valores da rota romana, o painel de cores que se pode utilizar ou o tipo de materiais.
“São medidas de proteção ao enquadramento paisagístico do próprio Palácio do Picadeiro”, realçou Paulo Fernandes.
De acordo com o autarca, as medidas visam proteger, no que toca à “reabilitação e recuperação”, as casas tradicionais na área envolvente ao Palácio do Picadeiro, “muitas delas quinhentistas”.
Para Paulo Fernandes, a classificação vem igualmente “valorizar as funções” do Palácio do Picadeiro, um “espaço expositivo de excelência” que vai ter novos e conteúdos renovados, e onde se pretende continuar a combinar o património cultural, natural, as artes e ofícios e algumas linguagens mais contemporâneas, referiu o presidente da Câmara do Fundão.
Paulo Fernandes enfatizou que a classificação representa para a vila e para a região um reforço do ponto de vista do interesse cultural e do turismo.
“Não tenho dúvidas de que fomentará ainda mais interesse de visitação e, eventualmente, atrairá ainda maior valor cultural para este espaço”, vincou.
O Palácio do Picadeiro, solar barroco, começou a ser construído no século XVIII, teve várias funções ao longo dos anos e foi recuperado há cerca de 17 anos.