"Vítor Rodrigues avança com firmeza na candidatura à Figueira da Foz, apoiado por um percurso de liderança discreta mas eficaz, sempre assente no diálogo com as equipas que comanda".
Apesar das legislativas estarem mais próximas e o debate estar focado nas sondagens e nos possíveis resultados dos partidos com assento parlamentar, na Figueira da Foz, assume-se, cada vez mais, o interesse em saber que é Vitor Rodrigues o candidato que está a provocar movimentações no seio do Partido Social Democrata (PSD) local, Movimento Figueira a Primeira e eventual coligação com CDS.
Tradicionalmente o CDS não tem tido expressão na Figueira, mas de acordo com a relativa opinião local, a preocupação é cada vez maior e a procura de votos de todos os quadrantes é o objectivo de forma a evitar uma eventual derrota do Movimento.
Depois do primeiro mandato de Pedro Santana Lopes.
- 2001 e 2009 António Duarte Silva (PSD) deu continuidade a algumas obras iniciadas pelo executivo anterior, como a inauguração do Centro de Artes e Espetáculos (CAE) e a realizou a requalificação do Mercado Municipal;
- 2009–2019: João Ataíde das Neves (PS)
Juiz desembargador de profissão, João Ataíde venceu as eleições de 2009 e foi reeleito em 2013. Durante o seu mandato, destacou-se pelo que o executivo ter afirmado "a redução significativa da dívida municipal". Em 2019, deixou o cargo para assumir funções no governo, sendo sucedido por Carlos Monteiro;
- 2019–2021: Carlos Monteiro (PS)
Vereador nos executivos anteriores, Carlos Monteiro assumiu a presidência da câmara em 2019 após a saída de João Ataíde. Concluiu o mandato até 2021, destacando-se pelo que afirmava "a continuidade na gestão financeira rigorosa" e teve a seu cargo a resposta a desafios como a pandemia de COVID-19;
- Desde 2021: Pedro Santana Lopes (Movimento Figueira a Primeira)
Pedro Santana Lopes regressou à presidência da câmara como líder do movimento independente Figueira a Primeira.
O PS local desde 2009 queixava-se das graves dificuldades financeiras encontradas na Câmara e a "necessidade do equilíbrio permitiu que o executivo atual pudesse ter a margem que os anteriores, pós mandatos do PSD não tiveram".
Para além deste facto, os fundos vindos da Europa com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) permitiram a todas as autarquias candidatar-se a apoios que dificilmente poderão voltar a acontecer no futuro que é cada vez mais incerto.
A população do concelho, que tradicionalmente é socialista, sente a concelhia - que se estaria a reconstruir - afastada dos problemas reais da sua população e considera que deveria ter estado mais presente.
Fontes dentro do partido referem que uma restruturação profunda era necessária e que uma forma diferenciada de dar resposta às necessidades do concelho tinha de ser desenvolvida.
Entre rupturas internas e emoções individuais, a opinião de alguns ex membros é de que "um nome consensual teria de surgir, mas teria de ser alguém que conhece a Figueira, tivesse capacidades de liderança, de rigor e trabalho feito, também na Figueira".
Após a nossa primeira abordagem investigativa sobre a razão da escolha do candidato, procurámos saber um pouco mais sobre o coronel aposentado da Guarda.

Quem é Vitor Rodrigues?
Vítor Rodrigues, coronel aposentado da Guarda Nacional Republicana (GNR), é o nome escolhido pelo Partido Socialista para disputar a presidência da Câmara Municipal da Figueira da Foz nas eleições autárquicas de 2025. Discreto, metódico e determinado, apresenta-se aos figueirenses como alguém que, mesmo fora dos holofotes, deixou marcas profundas nas instituições por onde passou — e promete agora aplicar essa mesma postura no exercício da política local. Para o candidato quem deve brilhar é a Figueira da Foz e não os seus líderes.
Com uma carreira de várias décadas ao serviço do país, Vítor Rodrigues ocupou cargos de elevada responsabilidade na GNR, destacando-se, de acordo com opinião de profissionais da Guarda com quem colaborou, "sempre pelo rigor, pelo sentido de missão e pela capacidade de ouvir e articular soluções com as suas equipas".
Na sua trajetória, passou por diversas áreas estratégicas, do controlo fiscal à segurança costeira, da formação de novos militares à coordenação logística internacional.
Entre os cargos mais relevantes, conta-se o de Comandante do Destacamento Fiscal da Figueira da Foz, onde combateu diretamente o crime económico na região, e o de Chefe do Centro de Formação da GNR na Figueira, estrutura cuja instalação liderou, tendo um impacto económico significativo no concelho. Foi também Chefe do Estado-Maior da Unidade de Controlo Costeiro, Comandante da Unidade de Apoio Geral e Diretor Operacional da GNR, coordenando operações a nível nacional com foco na eficiência operacional das forças no terreno.
A nível internacional, desempenhou funções como Logistics Head of Office da EUROGENDFOR, a Força de Gendarmerie Europeia com sede em Vicenza, Itália, reforçando a sua experiência em contextos multinacionais e de cooperação europeia.
A sua formação académica é igualmente sólida. Licenciado em Gestão, com uma pós-graduação em Gestão e Direção de Segurança e um mestrado em Desenvolvimento Local, Vítor Rodrigues sempre conciliou a carreira operacional com a preparação técnica e estratégica. Esse equilíbrio valeu-lhe distinções como o Prémio “Reconhecer o Mérito” do Instituto do Desporto de Portugal, pelo seu apoio ao desporto jovem — particularmente no Ginásio Clube Figueirense — e a Medalha de Mérito Técnico em Prata Dourada atribuída pelo município da Figueira da Foz.

Para além da vida militar, esteve profundamente envolvido no tecido associativo da região: integrou os corpos sociais da Misericórdia da Figueira da Foz, colaborou com os Bombeiros Voluntários locais e manteve ligação ativa a projetos comunitários ligados à juventude e à solidariedade social.
Anunciado como candidato em fevereiro deste ano, Vítor Rodrigues foi revelando ideias de um programa assente em valores como a coesão social, a promoção da saúde e apoio aos idosos, e uma aposta firme na educação como motor de desenvolvimento. “Posso garantir aos figueirenses que os servirei durante quatro anos, independentemente dos resultados”, afirmou na sua apresentação pública, deixando clara a sua convicção de "serviço público, longe de calculismos partidários".
Com um estilo sereno e estratégico, mas com provas dadas em contextos de pressão e exigência, o coronel reformado quer agora aplicar a sua experiência de liderança e gestão à governação autárquica, aproximando a Câmara da Figueira da Foz dos cidadãos, das associações e dos agentes económicos.
Para muitos, continua a ser um rosto por descobrir, para quem o conhece, "é o candidato que junta empatia com o próximo, competência, firmeza e uma rara capacidade de unir".