A Comissão Coordenadora Distrital de Viseu do Bloco de Esquerda manifestou, em comunicado enviado à Central Press, a sua preocupação e crítica face à exclusão de Viseu dos projetos ferroviários prioritários do Governo.
Segundo o BE, Viseu continua a ser uma das poucas capitais de distrito sem qualquer ligação ferroviária, situação que se agravou com o encerramento das Linhas do Dão e do Vouga, deixando a cidade totalmente dependente da rodovia.
O Bloco lamenta que, apesar das promessas ao longo dos anos, nenhum dos projetos anunciados tenha sido concretizado. Aponta ainda o atual Governo, liderado por Luís Montenegro, como responsável por retirar da lista de prioridades o projeto do TGV Aveiro–Viseu–Guarda–Salamanca, numa decisão tomada na última reunião de ministros antes da moção de confiança.
O comunicado refere declarações do ministro das Infraestruturas, que terá apontado o transporte de mercadorias como prioridade no centro do país, deixando de lado as necessidades de mobilidade das populações.
O Bloco de Esquerda considera que a ferrovia deve ser entendida como uma ferramenta fundamental para garantir igualdade de oportunidades, justiça social e ambiental, bem como a coesão territorial. Sublinha ainda a importância da ferrovia no combate à crise climática, defendendo um modelo de transporte limpo e acessível, em contraponto ao modelo rodoviário considerado insustentável.
Entre as propostas apresentadas pelo Bloco de Esquerda para inverter este cenário, destacam-se:
- A recuperação do projeto da linha Aveiro–Viseu–Guarda–Vilar Formoso, antecipando o calendário que previa a sua execução apenas em 2050;
- A ligação de todos os concelhos através de uma rede de transportes públicos articulada com a ferrovia;
- A aceleração da modernização das linhas da Beira Alta e do Douro;
- A criação de um passe único válido em todos os transportes públicos, sejam eles rodoviários ou ferroviários, públicos ou concessionados.
“Por quanto mais tempo se vai continuar a empurrar o interior para segundo plano?”, questiona o Bloco, reforçando o compromisso de manter a ferrovia e o interior do país na agenda política e de lutar contra políticas que comprometem o direito à mobilidade e a coesão territorial.