A Sociedade Filarmónica Dez de Agosto, uma das mais antigas e prestigiadas coletividades da Figueira da Foz, volta a cumprir a tradição ao promover no próximo dia 19 de abril, Sábado de Aleluia, pelas 12h00, a emblemática Queima do Judas.
O evento decorrerá no Largo de São João do Vale - (clique aqui) - no coração da zona histórica da cidade, e promete animar miúdos e graúdos com um momento de cultura popular, simbolismo e convívio.
Uma tradição viva na Figueira da Foz
A Queima do Judas é uma tradição popular celebrada em várias regiões do mundo, com raízes profundas na cultura ibérica e mediterrânica. A sua origem remonta ao episódio bíblico em que Judas Iscariotes traiu Jesus Cristo, sendo posteriormente simbolizado como traidor por excelência. A queima do boneco que o representa — muitas vezes com uma mensagem crítica ou satírica — simboliza o repúdio da traição e da negatividade, mas também marca o renascimento e a chegada da primavera, deixando para trás o “inverno” das más energias.
Na Figueira da Foz, esta tradição é particularmente querida e preservada pela Dez de Agosto, que a realiza com empenho há vários anos, como forma de manter vivas as raízes culturais da comunidade figueirense.
A Dez de Agosto: um símbolo cultural da cidade
Fundada em 1878, a Sociedade Filarmónica Dez de Agosto é muito mais do que uma instituição musical. Ao longo de quase 150 anos de história, tem sido uma casa de cultura, associativismo e formação artística, dinamizando eventos e atividades para todas as idades. A sua sede na Figueira da Foz é um ponto de encontro para músicos, alunos, famílias e amantes das artes, sendo reconhecida como um verdadeiro pilar do tecido cultural da cidade.
Além da sua reputada banda filarmónica, a Dez de Agosto tem vindo a desempenhar um papel ativo na preservação das tradições populares, entre elas a Queima do Judas, tornando-se numa referência local e regional.
Festa, sátira e doces para os mais pequenos
A edição deste ano da Queima do Judas promete ser mais uma celebração cheia de simbolismo, mas também de alegria. A organização apela à presença da população em geral, com especial convite dirigido às crianças, que terão direito a guloseimas durante a “malhação” do boneco representativo de Judas.
O evento decorre num ambiente informal e festivo, integrando-se nas celebrações pascais com um toque pagão e comunitário. A Queima do Judas é, assim, uma manifestação popular de catarse e renovação, em que todos são convidados a participar e a celebrar juntos o recomeço, a chegada de dias mais luminosos e a vitalidade da cultura local.