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Violência sexual em festas e redes sociais

C-Vita Central Press/
20/04/2025, 11h57
/
4 min
Jovens em festa @Envato
Jovens em festa @Envato

Num tempo em que os jovens procuram liberdade, diversão e conexão, cresce também o risco de serem vítimas de violência, manipulação e exposição. Casos recentes voltam a alertar para a urgência de consciencializar, proteger e agir.

Nas últimas semanas, Portugal foi abalado por relatos preocupantes de violência sexual envolvendo jovens.
Em Braga, uma jovem foi violada numa festa, e noutra situação, houve uma tentativa de adulteração de bebida com droga.
Em Loures, três jovens são suspeitos da violação de uma menor, elevando o alarme sobre o que está a acontecer, frequentemente, em contextos de diversão que deveriam ser seguros.

Estes casos estão longe de ser isolados. A realidade é que, para muitas adolescentes e jovens, sair à noite, conhecer pessoas novas ou simplesmente usar redes sociais pode transformar-se num pesadelo — não por culpa delas, mas pela irresponsabilidade, violência e manipulação de terceiros.

O papel da internet e o lado sombrio da influência digital
Ao mesmo tempo que estas situações ocorrem nas ruas e festas, também se desenrolam nas redes sociais.
É cada vez mais comum encontrar influencers, alguns ainda menores, que partilham conteúdos irrefletidos ou falsos, que promovem comportamentos de risco, ou que, por ganho financeiro ou atenção, mentem, iludem ou incentivam práticas perigosas.

Jovens que procuram apenas amizade, aceitação ou visibilidade, tornam-se alvo fácil de manipulação, chantagem e abuso, muitas vezes sem sequer se aperceberem de que estão em perigo. O resultado? A vida de alguém pode ser arrasada por um momento que começou como "só mais uma festa" ou "só mais uma mensagem no Instagram".

Jovem no quarto com telemóvel @Envato
Jovem no quarto com telemóvel @Envato

A fragilidade do controlo parental
Até que ponto fará sentido ou será possível controlar a actividade dos jovens na internet? Há quem considere que quanto mais se controla pior fica. "O fruto proibido é o mais apetecido".

É urgente reconhecer que nenhum pai ou mãe consegue, hoje, controlar totalmente a atividade online de um jovem com 14, 15 ou 16 anos. A tecnologia é ágil, a linguagem muda rapidamente e os conteúdos são, muitas vezes, partilhados de forma privada e dissimulada. Mas se o controlo total é utópico, a prevenção, a confiança e a conversa aberta são mais fundamentais do que nunca.

Denunciar, vigiar, proteger
Para além das famílias, as autoridades, escolas, plataformas digitais e reguladores têm a responsabilidade de atuar com firmeza e rapidez. É fundamental:

  • Denunciar imediatamente qualquer caso de tentativa de abuso, violação ou ameaça;
  • Assegurar que existam recursos psicológicos e legais adequados para apoiar as vítimas;
  • Criar mecanismos de controlo mais eficazes sobre o que circula online, sobretudo nos conteúdos dirigidos a adolescentes;
  • Educar para o consentimento, para os limites e para o respeito mútuo.

Uma cultura de respeito é possível?
Cada jovem merece crescer livre, em segurança e com alegria. Ninguém que procura amizade ou diversão deve sair magoado, abusado ou destruído. O silêncio é o maior aliado dos agressores. Falar, pedir ajuda, denunciar, é o primeiro passo para mudar.

Porém, existem valores que estão esquecidos, outros quase apagados e não se os premeiam. Pelo contrário, cada vez mais é premiado o resultado, independentemente da forma em como é alcançado.

A festa deveria ser sinónimo de alegria. A internet deveria ser um espaço de aprendizagem, criatividade e convívio. Para isso, precisamos de uma sociedade atenta, consciente e unida na defesa dos direitos dos jovens.

Porque nenhuma vida deve ser sacrificada por mais um like, mais um seguidor ou mais um vídeo viral. Porque a dignidade, o respeito e a segurança de cada adolescente valem mais do que qualquer fama momentânea.

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